(In)Formação

Sim. Uma floresta ou um bosque tem disponível um conjunto de sobrantes de madeira (tais como ramos, podas e seleção de varas,…) resultantes da sua manutenção e limpeza que podem ser utilizados como fonte de energia para aquecer e cozinhar.

De forma a promover a sustentabilidade desta fonte de energia é importante aumentar as áreas de floresta para que esta fonte de energia possa continuar disponível de forma sustentável.

Comparativamente com o uso das pellets, o uso direto da lenha apresenta-se mais sustentável já que se trata de uma fonte de energia renovável, que não requer qualquer processo de transformação industria e usualmente encontra-se disponível, ou pode ser plantada, próximo do local onde será consumida.

A rentabilização da atividade de manutenção e limpeza das florestas e/ou matas, através da valorização económica dos sobrantes resultantes, pode e deve contribuir para a manutenção saudável das mesmas, permitindo o acesso em segurança e reduzindo as probabilidades de incêndio.

As pellets são obtidas através de uma fonte de energia renovável (lenha) ou de sobrantes resultantes da transformação industrial da madeira, tais como serraduras.

Comparativamente com o uso da lenha, as pellets requerem um processo simples de transformação industrial, o qual poderá requer o uso de fontes de energia não renováveis. No entanto, a transformação da lenha em pellets permitem um transporte mais eficiente pelo que dependendo da distância entre o local da produção e o local do consumo, a sua utilização poderá apresentar-se mais eficiente que a utilização da lenha.

Mas, caso seja possível plantar Árvores e Bosques próximo do local de consumo, o uso da lenha será sempre mais sustentável do que o uso das pellets.

Os equipamentos eficientes irão retirar o máximo partido do combustível, fazendo que apenas uma pequena parte do seu poder calorífico seja desperdiçada e simultaneamente reduzir as emissões de gases poluentes que serão libertadas durante a combustão, sendo o monóxido de carbono o mais comum.

Os equipamentos a lenha e/ou a pellets podem ser classificados de acordo com a sua eficiência, sendo considerada a eficiência primária e/ou a eficiência secundária, ou ainda a eficiência geral que engloba as eficiências primária e secundária.

A eficiência primária de um equipamento pode ser descrita como a eficiência da combustão (eficiência dentro da câmara de combustão), sendo um quociente: quantidade de energia libertada pela combustão, de uma certa porção de lenha ou pellets, em relação à quantidade total de energia útil contida nessa porção de lenha ou pellets.

Nota: A quantidade total de energia útil disponível é definida como PCI - Poder Calorifico Inferior.

Ex.: uma eficiência primária de 72% significa que 72% da energia útil contida na madeira ou pellets é transformada em calor, ou seja, 28% da energia útil da energia disponível não é aproveitada pela combustão, perdendo-se sobre a forma de fumo (na maioria monóxido de carbono), formação de alcatrão e resíduo de carvão na cinza.

A eficiência secundária refere-se à proporção do calor produzido que não é perdido pela chaminé, ou seja, que é retirada para aquecimento da divisão ou divisões.

A eficiência geral é a eficiência combinada da eficiência primária e da eficiência secundária do equipamento, devendo ser a medida de eficiência a considerar, sempre que a mesma se encontre disponível. No entanto, a informação passada pelos fabricantes nem sempre é totalmente clara em relação à medida de eficiência que está a ser considerada.

Do ponto de vista da sustentabilidade, é importante ter equipamentos com alta eficiência primária, que reduzam os desperdícios libertados pela combustão sobre a forma de fumos, carvão e alcatrão, mas também equipamentos com uma elevada eficiência secundária, que requeiram menor quantidade de calor dentro da câmara para obter o mesmo rendimento no que respeita ao aquecimento da casa e à confeção de alimentos. 
 

O equipamento deve vir equipado com um permutador de calor e deve ser complementado com um equipamento de segurança próprio e um tanque termoacumulador, caso estes não estejam incluídos.

Alguns aspetos que deverá ter em consideração:

Grau de automatização que pretende para o seu equipamento

O uso de pellets permite a total automatização do equipamento, com autonomia de várias horas. Alguns equipamentos de consumo a pellets podem, por exemplo, ser controlados através de um smartphone.

Diâmetro do tubo para saída de fumos

Os equipamentos a pellets tem geralmente diâmetros de 8cm e os equipamentos a lenha requerem diâmetros substancialmente maiores.

Capacidade de armazenamento e transporte

O armazenamento de pellets requer substancialmente menos espaço disponível que o armazenamento da lenha.

O transporte das pellets e a alimentação dos equipamentos a pellets é bastante mais simples do que o transporte da lenha e a alimentação dos equipamentos a lenha.
 

Limpeza do equipamento

O equipamento a pellets requer uma menor manutenção, no que diz respeito à limpeza de cinzas presentes na câmara de combustão e da chaminé, do que os equipamentos a lenha.

Preço

O custo da lenha é substancialmente inferior ao custo das pellets. A diferença de custo será ainda mais significativa se tiver possibilidade de recolher lenha durante o verão e armazená-la para o consumo durante o inverno. 

Um equipamento a lenha é normalmente menos caro do que um equipamento a pellets com as mesmas funções e características.
 

Deverá ter sempre em atenção as recomendações do fabricante do seu equipamento.

Existem alguns aspetos que deve ter em atenção:

Lenha seca

O principal fator a considerar é o grau de humidade da lenha. Existem medidores de humidade da lenha que permitem facilmente avaliar respetivo teor de humidade.

Tenha em atenção que a maioria dos fabricantes recomenda um teor de humidade de 20% e que a lenha tem perdas de eficiência significativas com o aumento dos teores de humidade nela contidos.

Note que não deve ser utilizada madeira para combustão que apresente teores de humidade superior a 35%.
 

Lenha Limpa (sem inertes)

A utilização de lenha com casca produzirá muito mais cinza do que a utilização da lenha sem casca, o que o obrigará a limpezas mais regulares.

A combustão da casca é menos eficiente do que a combustão da lenha e produz mais fumos.
Além disso, a casca da madeira deverá ser deixada na floresta, para manter o solo fértil e proteger o mesmo da erosão provocada pela chuva.
 

Lenhas de folhosas ou lenha de resinosas

Em termos gerais, se os teores de humidade da lenha estiverem entre 20% e 35%, a combustão da lenha de folhosas será mais eficiente, gerando menos fumo e cinzas, do que a combustão de lenha de resinosas.

Caso os teores de humidade da lenha sejam iguais ou inferiores a 20%, em termos gerais, pode ser utilizada para combustão a lenha das resinosas, caso se pretenda obter calor e chama intensa durante um curto período de tempo, ou utilizada a lenha de folhosas, caso se pretenda obter calor de forma regular durante longos períodos de tempo. A razão é que, geralmente, para os mesmos teores de humidade, peso e forma, a combustão da lenha das folhosas ocorre de modo mais lento e controlado do que a combustão da lenha das resinosas, que ocorre de forma intensa e breve, devido à resina nela presente.
 

Combustão é mais eficiente
Maior produção de calor por cada kg de lenha introduzido.

Combustão mais limpa
Menor emissão de monóxido de carbono e de vapor de água por cada kg de lenha introduzido.

Chaminés mais limpas
Menor libertação de alcatrão e fuligens por kg de lenha introduzido.

Menor manutenção 
A cinza resultante da combustão é menor e apresenta uma menor quantidade de carvão.